Uma população que encheria algumas cidades inteiras do nosso país foi guardada dentro de estufas de clínicas de reprodução no ano passado em forma de óvulos e embriões congelados.
Vamos aos números: Entre 2020 e 2023, o congelamento de óvulos quase dobrou, subindo 96,5%. Foram armazenados mais de 780 mil óvulos e embriões durante esse período — um recorde para o Brasil.
- Aos que não se lembram das aulas de biologia, o óvulo é a metade do necessário para formar uma vida, enquanto o embrião é o início do desenvolvimento de um bebê, quando o óvulo já foi fecundado.
O que está por trás da notícia? A fertilização em laboratório existe no Brasil há 40 anos, e conforme a tecnologia está avançando e os procedimentos ficando mais baratos, mais casais estão escolhendo esperar.
Mulheres entre 30 e 35 anos são as que mais congelam óvulos. O método tem se tornado comum para pessoas que estão planejando a vida ou não têm certeza se querem passar ou não por uma gravidez.
Óvulos congelados, mercado aquecido: Os métodos de reprodução humana no Brasil movimentam R$ 2,7 bilhões por ano. O procedimento — que custa aproximadamente R$ 10 mil — tem crescido 5% em volume anualmente.
Hoje são 180 clínicas de reprodução assistida no país, sendo 11 delas públicas para mulheres com câncer. Em média, as taxas de sucesso de uma fertilização in vitro giram em torno dos 40%.