A hanseníase é uma doença crônica e transmissível, que atinge os nervos e a pele, causada por uma bactéria que se multiplica lentamente, levando a sintomas que podem demorar até 20 anos para aparecer. Entre os efeitos mais comuns da doença estão deformidades nas mãos e nos pés e até perda de visão.
No Brasil, cerca de 30 mil novos casos da doença são detectados todos os anos. Dados apontam que o Brasil concentra 90% dos casos na América Latina e ocupa o 2º lugar no ranking mundial, atrás apenas da Índia. Os portadores são vítimas do preconceito e da falta de informação.
Por isso o mês de janeiro é dedicado a campanha Janeiro Roxo, para a prevenção contra a Hanseníase.
Alguns mitos sobre a doença são que ela não tem cura e que o paciente em tratamento transmite a doença. E como verdade, a falta de tratamento pode levar a aparição de caroços e inchaços nas partes mais frias do corpo, como orelhas, mãos, cotovelos e pés.
A hanseníase é milenar e ainda assusta muita gente. De acordo com a dermatologista da Rede Meridional, Luana Vieira Mukamal, é uma doença infectocontagiosa, transmitida por uma bactéria, o Mycobacterium leprae. A contaminação ocorre pela secreção da nasofaringe semelhante a um resfriado, atingindo a pele e os nervos periféricos. Tem cura, mas ainda é estigmatizada.
Entre os principais sintomas da doença estão manchas brancas ou avermelhadas pelo corpo com alteração de sensibilidade. Pode ocorrer também perda dos pelos e caroços na pele, a face pode se tornar inchada. “O comprometimento dos nervos periféricos gera formigamentos, diminuição da sensibilidade e paralisias nas mãos e pés.
O paciente com a sensibilidade prejudicada pode se ferir sem perceber no dia a dia, gerando ferimentos que podem levar à perda de fragmentos das mãos e pés e à perda de função dessas partes do corpo. Esses acontecimentos levam a deformidades e incapacidades”, explicou Luana.
O diagnóstico da doença pode ser confirmado por um exame clínico/dermatológico da pele e dos nervos. Em alguns casos são necessários baciloscopia e biópsia da pele.
Já o tratamento consiste na administração de antibióticos, chamada poliquimioterapia, que é altamente eficaz quando tomada corretamente. É fornecido gratuitamente pelo SUS. O tempo do tratamento vai depender da gravidade da situação. Casos leves necessitam de seis meses de tratamento, casos mais intensos levam algo em torno de12 meses.
A médica alerta ainda que a doença pode deixar sequelas nas mãos, pés e olhos. “Por isso é muito importante o diagnóstico e tratamento precoces para que o paciente tenha a melhor evolução possível. Uma equipe multidisciplinar é muito importante para ensinar ao paciente a se cuidar e prevenir as incapacidades”, avaliou.
Cristiane de Souza
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