A ordem de prisão para Castillo já havia sido emitida por um tribunal em 15 de dezembro, mas sua defesa recorreu e pediu que a mesma fosse revogada, por considerá-la injusta
Um tribunal do Peru ratificou, nesta quinta-feira (29), a prisão preventiva de 18 meses para o ex-presidente Pedro Castillo, que está detido em uma prisão policial após sua tentativa fracassada de dar um autogolpe de Estado em 7 de dezembro.
“A Corte Suprema ratificou a resolução que determinou 18 meses de prisão preventiva contra o ex-presidente Pedro Castillo, investigado pelo crime de rebelião (alternativamente, conspiração para rebelião) em agravo ao Estado”, indicou o Poder Judiciário no Twitter nesta quinta.
Fique ligado
A ordem de prisão para Castillo já havia sido emitida por um tribunal em 15 de dezembro, mas sua defesa recorreu e pediu que a mesma fosse revogada, por considerá-la injusta.
“Peço o fim do ódio e solicito minha liberdade por ser um direito justo. Jamais cometi crime de rebelião”, disse Castillo, durante uma audiência virtual na quarta-feira.
“Senhor juiz, eu não cometi nenhum delito de conspiração, mas quem sim conspirou foi o Congresso e outras instituições com a finalidade de armar um plano para a queda do meu governo através de sucessivos pedidos de vacância e outras artimanhas”, acrescentou o ex-presidente.
Castillo, um professor rural e líder sindical de esquerda, disse estar incomunicável e pediu ao juiz autorização de acesso a um telefone para se comunicar com sua esposa e seus dois filhos, que partiram para o exílio no México na semana passada.
O ex-presidente foi destituído constitucionalmente pelo Congresso e está recluso sob condições legais e sem complicações físicas, segundo a Defensoria do Povo, que o visitou há uma semana junto de uma equipe da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH).
Castillo, de 53 anos, está preso no presídio de Barbadillo, dentro do quartel da Direção de Operações Especiais da Polícia (Diroes) na capital.
Ele é investigado pelos crimes de rebelião e conspiração por tentar fechar o Congresso, intervir nos poderes e governar por decreto, uma manobra que não teve respaldo institucional.
A polícia o prendeu horas depois de sua destituição, quando ele tentava chegar à embaixada do México para pedir asilo. A vice-presidente, Dina Boluarte, assumiu o governo.
A queda de Castillo provocou protestos violentos que já deixaram 22 mortos e mais de 600 feridos em enfrentamentos com as forças de segurança. Os manifestantes pedem a renúncia de Boluarte, o fechamento do Congresso e a antecipação das eleições para 2023.
Em uma tentativa de mitigar a crise, há uma semana o Congresso aprovou antecipar o pleito de 2026 para abril de 2024.
Fonte: https://exame.com/