O número de desempregados aumentou em mais de 2 milhões em 2016 e chegou a 12 milhões de brasileiros. Para 2017, a expectativa é de que o mercado de trabalho possa melhorar a partir de meados do ano. A expectativa do governo e da maior parte do mercado é de que o país saia da recessão no ano que vem e que o número de contratações volte a superar o de demissões. O ano de 2017, entretanto, deverá ser mais de estabilização do que de recuperação, com uma geração de empregos ainda insuficiente para derrubar a taxa de desemprego.
Entre os setores, ainda há divergências sobre qual setor sairá na frente na criação de novas vagas. Em tese, a indústria tenderia a voltar a contratar primeiro, uma vez que foi a primeira a começar a demitir, mas o alto nível de ociosidade e a produção vacilante colocam em dúvida uma reversão do quadro nos próximos meses.
O comércio foi o que mais demitiu no ano. Das 751 mil vagas formais eliminadas no acumulado até outubro, 247 mil foram no comércio. Na sequência, estão construção civil (-225 mil vagas), indústria (-142,5 mil) e serviços (-199 mil). A agricultura e a administração pública foram os únicos setores que criaram novos postos em 2016, com um saldo de 61 mil e 15 mil, respectivamente. Veja gráfico abaixo.
Projeções apontam que só a partir de 2020 ou 2021 o Brasil deverá recuperar o nível de estoque de empregos formais que tinha no final de 2014, quando o país vivia uma situação considerada de quase pleno emprego.
A taxa de desemprego no Brasil só não é maior porque também aumentou o número de pessoas que desistiram de procurar emprego dada a dificuldade de encontrar uma vaga e estão no chamado desalento. Para ser considerado desempregado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), é preciso procurar emprego nos últimos 30 dias.Segundo o IBGE, considerando o desalento e os trabalhadores subutilizados, falta trabalho atualmente para cerca de 23 milhões de brasileiros.
(Conteúdo G1)