Governo institui Estratégia Nacional de Economia Circular

O Governo Federal decretou um plano nacional para transformar a forma como o país estrutura suas empresas e indústrias. Agora, o Brasil passará por uma transição do modelo de produção linear para uma economia circular. O decreto 12.082, de 27/04/2024, visa “incentivar o uso eficiente dos recursos naturais e das práticas sustentáveis ao longo da cadeia produtiva”.

Denominada Estratégia Nacional de Economia Circular (Enec), a iniciativa tem o objetivo de transformar a maneira como o país produz e consome, reduzindo o desperdício e promovendo práticas sustentáveis. Mas o que isso significa na prática para as empresas e indústrias do Espírito Santo?

“A medida visa, na prática, reduzir a geração de resíduos, promovendo a reutilização, reciclagem e valorização dos materiais. Isso implica que as empresas precisarão repensar o design de seus produtos, por exemplo, para torná-los mais duráveis, reparáveis e recicláveis”, explicou a engenheira química e presidente do Instituto Kiri, Simone Klein.

Especialista na implantação de modelos circulares nas indústrias, Simone destacou que a produção sustentável é outra diretriz fundamental da Enec. “Processos produtivos mais eficientes, com menor consumo de recursos e menor geração de resíduos, são essenciais. Para as indústrias do Espírito Santo, isso significa investir em tecnologias que reduzam o desperdício e aumentem a eficiência energética. A eficiência nos processos não só beneficia o meio ambiente, mas também pode resultar em economia significativa para as empresas”, afirmou.

A gestão de resíduos é um ponto crítico abordado pela Enec e, de acordo com Klein, é um desafio para a indústria capixaba. A estratégia nacional propõe soluções viáveis. “A Enec propõe a implantação de sistemas eficazes de coleta, reciclagem e tratamento de resíduos, garantindo a reinserção de materiais na cadeia produtiva. No Espírito Santo, isso pode significar novas parcerias entre empresas, cooperativas de reciclagem e o setor público. Acredito que a colaboração será a chave para o sucesso da economia circular”, pontuou Klein.

Além disso, as empresas e indústrias precisam estar atentas às novas regulamentações e incentivos governamentais voltados para práticas sustentáveis. Isso pode incluir desde subsídios para tecnologias verdes até penalidades para práticas que não atendam aos critérios de sustentabilidade. “O governo está sinalizando claramente que a sustentabilidade é uma prioridade. As empresas que se adaptarem rapidamente estarão em melhor posição para se beneficiar dessas políticas”, afirmou Simone Klein.