Os jovens continuam a serem os maiores causadores e vítimas de acidentes de trânsito, tanto no Brasil, quanto no exterior.Há várias hipóteses para explicar porque a relação entre juventude e o trânsito é tão perigosa. O grande número de acidentes tem um impacto na economia, termina com a vida de uma pessoa ativa, causa enorme sofrimento e transtorno às suas famílias e, além disso, as estatísticas fazem com que os seguros de automóvel fiquem mais caros para todas as famílias que possuem um jovem condutor.Clique aqui e faça o primeiro passo para o seu seguro auto em 30 segundos.

A cidade de São Paulo é um exemplo notável desse problema. Foram adotadas várias políticas de segurança no trânsito em 2016, com resultados favoráveis em todas as faixas etárias, menos entre a população de 18 a 24 anos. É essa a idade em que são registradas as ocorrências fatais dos acidentes de trânsito. A cidade conseguiu reduzir em 15% os acidentes fatais, entre 2015 e 2016, mas o número de mortes entre os jovens permaneceu o mesmo, isto é, 173 em 2016, comparado a 172 em 2015. É o que foi constatado pelo Sistema de Informações Gerenciais de Acidentes de Trânsito do Estado de São Paulo (Infosiga-SP), órgão do governo do estado de São Paulo, que analisou os acidentes de trânsito de 2015 e 2016.

No estado de São Paulo, no ano de 2016, 27% dos acidentes fatais no trânsito ocorreram entre jovens de 18 a 29 anos, sendo que 78% eram do sexo masculino. A maior parte dos acidentados estava em motocicletas (29%).

Placa© Fornecido por QuinStreet, Inc. PlacaSegundo o Infosiga-SP,  nos 645 municípios do estado, 713 pessoas morreram no trânsito em 2016. Os jovens entre 18 e 24 anos de idade foram 111. Em segundo lugar foram os idosos, acima de 60 anos, com 104 vítimas fatais.

Dentre todos os casos de acidentes, as motocicletas foram o veículo principal envolvido nas ocorrências totais, tanto vitimando 231 pessoas, tanto seus condutores, como pedestres.

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Os dados são muito impactantes, porque na capital do Estado de São Paulo a redução do limite de velocidade nas avenidas marginais conseguiu uma redução de 15% no número de acidentes, enquanto que a queda no número de acidentes no restante do estado foi bem menor, de 5,6%. A faixa etária dos jovens força para baixo a média de redução de acidentes, sendo que os resultados positivos poderiam ser mais expressivos se os cálculos não considerassem a faixa etária dos jovens.

As seguradoras, que trabalham com estatísticas, passam a cobrar mais caro de todas as famílias que possuem um condutor com esse perfil, o que onera a sociedade como um todo.

Hospital© Fornecido por QuinStreet, Inc. HospitalSão várias as hipóteses para o que leva os jovens a um tão alto índice de acidentes fatais no trânsito. Alguns especialistas argumentam que seria a falta de habilidade na condução do veículo, o excesso de autoconfiança e o comportamento desafiar e compulsivo dos jovens. Outros explicam que é preciso aumentar a fiscalização nas ruas das cidades. Outros ainda apontam a falta de educação como principal razão do comportamento de risco.

MORTE DE JOVENS POR ACIDENTES DE TRÂNSITO NO MUNDO

O problema não se circunscreve ao estado de São Paulo ou ao Brasil, mas é registrado em todo o mundo. Segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde) os acidentes de trânsito são a causa principal da morte de jovens. A faixa etária com maior número de vítimas é aquela entre os 10 e 24 anos. Também são os homens as principais vítimas.

Mortes no trânsito© Fornecido por QuinStreet, Inc. Mortes no trânsitoEsse número representa

10% das mortes de jovens em todo o mundo

, de um total de 2,6 milhões de pessoas, e é seguido pelos números da violência (6,3%) e do suicídio (6%). A maior parte dessas mortes poderia ser evitada. Elas acontecem, em sua maior parte, em países com baixa renda, como o Brasil, onde os índices de mortalidade chegam a ser quatro vezes maiores do que nos países ricos.

A OMS recomenda que a segurança deve aumentar, para diminuir a morte entre os jovens, com limites legais cada vez mais rigorosos quanto a ingestão de álcool por motoristas, redução dos limites de velocidade de carros, aumento da fiscalização, obrigatoriedade do uso de capacetes e cintos de segurança.

POR QUE OS JOVENS SE ARRISCAM E MORREM NO TRÂNSITO?

Alguns são os motivos mais discutidos como origem dos acidentes. Geralmente se menciona, além da idade, o desrespeito às leis de trânsito, como alta velocidade, ingestão de álcool e falta de fiscalização, a impulsividade, o consumo de drogas e a necessidade de autoafirmação junto aos amigos.

Jovem e bebida© Fornecido por QuinStreet, Inc. Jovem e bebidaTrabalhos científicos vêm se dedicando ao tema, realizando pesquisas e estudos para tentar encontrar uma explicação para um fato, o alto índice de mortalidade no trânsito entre os jovens. Os pesquisadores investigam os comportamentos que podem contribuir para a ocorrência de acidentes de trânsito que envolvem jovens.

JOVENS ESTUDANTES RESPONDEM – OS COMPORTAMENTOS DE RISCO ENTRE ALUNOS DE MEDICINA

Entre eles destacamos: “Comportamentos de risco para acidentes de trânsito: um inquérito entre estudantes de medicina na região sul do Brasil” (Andrade, S. M. et al. Revista da Associação Médica Brasileira, vol. 49, SP, 2003).

O trabalho de Selma M. Andrade e seus colegas do Departamento de Saúde Coletiva, da Universidade Estadual de Londrina é muito interessante, porque foi realizado entre jovens do curso de Medicina dessa universidade pública, no estado do Paraná. O curso é muito concorrido e os alunos têm poder aquisitivo relativamente alto, com um bom nível de escolaridade, com acesso a informação de qualidade.

O singular do estudo é que mostra que a educação e a informação não representam fatores preventivos decisivos contra comportamentos de risco de acidentes entre os jovens. São futuros profissionais de saúde, que recebem formação para atendimento das vítimas dos acidentes de trânsito, enquanto que entre eles mesmos praticam atitudes de risco e perigosas para sua segurança. Falta a reflexão sobre a sua responsabilidade e a seriedade do problema.

O estudo foi realizado com base em questionários respondidos de forma voluntária, confidencial e anônima, o que deixou os entrevistados mais livres para revelar comportamentos socialmente condenáveis. Um total de 290 alunos respondeu aos questionários, com idades variando entre 17 a 27 anos, sendo 64,1% do sexo masculino.

O maio de transporte mais utilizado por essa população é o carro, sendo que 90,3% dos rapazes possuem CNH, contra 78,8% das moças. Os rapazes aprenderam a dirigir precocemente, em 63,4% dos casos, antes da idade mínima, e o pai foi o responsável pelo treinamento, em 60,7% das respostas, o que sugere a conivência da família com a precocidade ao volante.

Um total de quase 50% dos universitários do sexo masculino declarou ingerir bebida alcoólica antes de conduzir um veículo, nos últimos 30 dias. As garotas declararam a bebida antes da direção em 20% das respostas, uma porcentagem bem menor que a dos homens. No entanto, elas se colocam como passageiras em veículos conduzidos por condutores alcoolizados, em 44,2% dos casos, o que é uma prática negligente com a própria segurança.

O cinto de segurança é geralmente utilizado, com exceção de quem viaja no banco traseiro do carro. Os rachas são praticados pelo jovens, em sua maioria do sexo masculino.

Um total de dois terços de rapazes e moças entrevistados já se envolveu em acidente, ou como condutores ou como passageiros. Cerca de 12% dos jovens já se envolveu em mais de três acidentes. Os acidentes em que se envolveram foram decorrentes de falta de atenção (59,3%), desrespeito à preferencial (33,5%), excesso de velocidade (22,5%) e bebida alcoólica (11%).

A percepção dos próprios jovens com relação aos principais motivos que levaram aos acidentes em que se envolveram, como falta de atenção, excesso de velocidade, ingestão de bebida alcoólica, sugerem que a redução da velocidade permitida e a melhor sinalização e fiscalização no trânsito poderiam contribuir fortemente para a redução de acidentes entre os jovens. É preciso aprofundar também o entendimento sobre o que leva à falta de atenção, que ultimamente parece se concentrar no uso do celular ao volante.

O que se pode afirmar é que são necessárias medidas preventivas eficazes e baseadas nos estudos já realizados, para que haja uma modificação positiva no comportamento dos indivíduos. Somente assim se conseguirá prevenir as altíssimas taxas de mortes de jovens em acidentes de trânsito.