A Justiça conseguiu afastar o prefeito reeleito de Irupi, Carlos Henrique Emerick Storck e do secretário de Agricultura e Meio Ambiente do município, Herivelto Rodrigues de Carvalho de suas funções. Eles também foram proibidos de acessar as dependências da prefeitura e da secretaria.
O prefeito e o secretário foram denunciados pela Procuradoria Eleitoral (PRE/ES) por compra de votos e associação criminosa nas eleições deste ano.Também foram denunciados pelos mesmos crimes o vereador Fábio Barros Medeiros Junior, o Júnior do Salão; o lavrador Ademar Ferreira Dias; e o empresário Paulo Henes de Freitas, o Paulinho Pamonha.
A Justiça determinou também que todos os denunciados estão proibidos de manter contato com as testemunhas listadas na denúncia. De acordo com informações da Procuradoria Eleitoral, há notícias de que após tomarem conhecimento das investigações, os denunciados procuraram testemunhas com o intuito de intimidá-las.
Os denunciados foram intimados sobre as demais decisões,mas também tiveram a informação de que seria realizada a busca e apreensão.“Diante disso e da possibilidade de provas terem sido apagadas, entendemos que não existe mais a necessidade da busca e apreensão”, explica o procurador Regional Eleitoral, Carlos Vinicius Cabeleira.
O processo estava em sigilo, mas ele foi suspenso pelo relator em decisão da última segunda-feira(5).
Compra de votos
A compra de votos foi realizada em diferentes oportunidades, mas sempre se baseava no oferecimento de serviços particulares que eram realizados com maquinário da prefeitura ou do empresário Paulo Henes, como caminhão, retroescavadeira e pá carregadeira. Os moradores beneficiados chegaram a receber recibos falsos para o caso de necessitarem confirmar o pagamento do serviço. A negociação com os eleitores deixava claro que o benefício oferecido somente com o objetivo de obter votos para o prefeito.
Associação criminosa
Durante o período de campanha das eleições municipais de 2016, o prefeito Carlos Henrique se associou aos demais denunciados com a finalidade específica de praticar os crimes de corrupção eleitoral. Ele foi o mentor e principal beneficiário do esquema.
Fábio, vereador em campanha para a reeleição, acompanhou o prefeito em visita a eleitores auxiliando na compra de votos. Herivelto, secretário de Agricultura, agiu para ocultar a prática desse mesmo crime entregando recibos falsos dos serviços realizados.
Já Ademar, oferecia e agendava serviços com máquinas para produtores rurais de Irupi com o fim de obter votos para o prefeito. Esses serviços eram realizados com as máquinas de Paulo, que também recebia a metade do valor diretamente dos beneficiados, ficando de receber a outra metade do prefeito Carlos Henrique. Ele também contatava os produtores rurais para oferecer os trabalhos com suas máquinas em troca do voto.
Inquérito policial
Na documentação recebida pela Procuradoria Eleitoral, são narrados fatos referentes à compra de apoio político; intimidação e perseguição de servidores; e contratação de temporários com fins eleitoreiros. Mas segundo o procurador Regional Eleitoral, Carlos Vinicius Cabeleira, o material já apurado não é o suficiente para responsabilizar os citados. “É possível o esclarecimento dos fatos e obtenção de novos elementos através da realização de investigações”, afirma Cabeleira.
Fonte: Ministério Público Federal