A campanha Setembro Safira foi criada para alertar a população sobre os graves problemas provocados pelo uso incorreto de lentes de contatos O nome vem do significado da pedra preciosa safira, pedra da sabedoria. De acordo com a Sociedade Brasileira de Lentes de Contato Córnea e Refratometria (SOBLEC), cerca de 8,4 milhões de pessoas usam lentes de contato no Brasil.
Segundo Eduardo Moulin, oftalmologista especialista em cirurgia refrativa e lentes de contato do Centro Capixaba de Olhos (CCOlhos), atualmente existem lentes de contato para todos os problemas de vista: miopia, astigmatismo, hipermetropia e presbiopia (vista cansada).
“Para casos especiais, contamos com lentes fabricadas sob medida, promovendo uma excelente reabilitação visual em casos complexos como Ceratocone, pós-transplante de córnea, pós trauma, pós infecções entre outros casos”, explica Moulin.
Para iniciar o uso de lentes é fundamental ser avaliado pelo oftalmologista que irá realizar o exame oftalmológico e definir qual o tipo de lente mais adequado para cada paciente, bem como fornecer o treinamento e as orientações para o uso correto e seguro das lentes. Pessoas usuárias de lentes de contato precisam ser acompanhadas pelo médico periodicamente.
Além disso, não há restrição de idade, ou seja, qualquer pessoa pode usar lente de contato, desde que ela tenha condições de cuidar adequadamente. No caso de crianças, é necessário a liberação e supervisão dos pais.
Eduardo Moulin, também alerta que há situações em que as lentes de contato são o único recurso para uma boa visão. “Em situações em que a córnea está muito irregular, como por exemplo astigmatismos irregulares pós trauma, infecções ou em casos de degenerações corneanas avançadas, os óculos não são capazes de fornecer uma visão satisfatória. As lentes são excelentes alternativas para reabilitação visual e muitas vezes evitam a necessidade de tratamento cirúrgico”, orienta.
Mitos e verdades sobre o uso de lentes de contato
Lente de contato pode se deslocar e ficar presa “atrás dos olhos”: Mito. Isso não acontece porque anatomicamente não é possível. No máximo elas podem se deslocar para debaixo das pálpebras, mas são facilmente removidas.
Lentes de contato são desconfortáveis: Mito. Lentes gelatinosas habitualmente são muito confortáveis e mesmo as lentes rígidas quando bem adaptadas são bastante toleradas nos olhos.
As lentes de contato podem “grudar” nos olhos e não sair mais. Mito. O máximo que pode acontecer é em caso de ressecamento das lentes gelatinosas elas ficarem um pouco mais presas, mas com uma boa lubrificação ocular resolve-se facilmente.
Podemos lavar as lentes de contato com água de torneira: Mito. Nunca deve ser usada água de torneira para lavar as lentes por causa do risco elevado de infecção.
Lentes de contato podem arranhar os olhos: Verdade. Pode acontecer caso não sejam adaptadas adequadamente ou manuseadas de forma incorreta.
Os principais riscos
O uso incorreto das lentes de contato e sem a orientação médica pode gerar alguns riscos. Saiba mais sobre os mais riscos mais comuns:
Infecção ocular: geralmente é resultado de cuidados inadequados com as lentes. Falta de higiene, não respeitar o tempo de troca por lentes novas, uso excessivo das lentes, não usar o produto indicado para limpeza e desinfecção recomendado.
Alergias: alguns pacientes podem ter alergia ao produto de limpeza e desinfecção das lentes. Uma vez identificada a causa, muda-se o produto ou mesmo o tipo de lente.
Hipóxia Corneana: A córnea precisa de oxigênio para se manter transparente e saudável. O uso inadequado das lentes pode diminuir a oxigenação (hipóxia) e causar edema (inchaço), desconforto e visão embaçada.
Abrasões corneanas: Pode ocorrer em caso de manuseio inadequado na hora de colocar ou remover as lentes dos olhos ou pela escolha de uma lente que não seja compatível com a anatomia corneana do paciente.
Cuidados durante o uso
Durante o uso das lentes de contato são necessários alguns cuidados essenciais para garantir a saúde dos olhos. O oftalmologista Eduardo Moulin, do CColhos, recomenda lavar muito bem as mãos com água e sabão (de preferência antibacteriano) e secá-las antes de tocar nas lentes.
Ao dormir, deve tirá-las (a não ser que haja indicação médica para uso noturno, no caso de lentes para tratamentos específicos), pois dormir com as lentes de contato aumenta da chance de infecção.
Também é importante trocar diariamente o líquido dos estojos das lentes, nunca usar água de torneira para limpá-las e não as utilizar por mais horas do que o recomendado pelo oftalmologista e pelo fabricante.
Além disso, respeitar o tempo de troca e de descarte de acordo com cada tipo de lente e recomendação do fabricante, uma vez que existem lentes de descarte diário, quinzenal, mensal e de troca anual.
A forma como as armazenamos também merecem cuidados. Moulin orienta lavar as mãos com sabão e secar bem antes de remover as lentes dos olhos. Quanto aos estojos, precisam de uma atenção especial. “Eles devem estar sempre limpos e guardados em ambientes que diminuam a chance de contaminação, e evitar guardar no banheiro.
E por fim, as lentes devem ser guardadas com o líquido usado para desinfecção e conservação de acordo com cada tipo de lente de contato (Gelatinosas ou Rígidas), orientado pelo médico oftalmologista e pelo fabricante das lentes.
Rosane Freitas
Mile4 Assessoria de Comunicação
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