A psicóloga e pós graduanda em Neuropsicologia, Mariana Lima revela como reconhecer, prevenir e enfrentar essa realidade
O Bullying é um fenômeno crescente dentro e fora das escolas, tendo crianças e adolescentes como os principais alvos dessa prática. Todos os dias, quase dez pessoas procuraram os cartórios do Espirito Santo, ao longo de 2024, para registrar episódios de ofensas, humilhação e agressão. Ao todo, no ano passado, foram feitas 3.057 atas notariais em cartórios. Esse número representa aumento de 14% em relação à quantidade de registro feitos em 2023, segundo dados do Sindicato dos Notários e Registradores do Estado (Sinoreg-ES).
Casos como a morte de Luiz Fernando de Souza Verli, 10 anos, chama a atenção pelo elevado nível de violência. O estudante teria sido agredido por dois adolescentes de 13 anos enquanto estudava na Escola Municipal de Ensino Fundamental Eunice Pereira Silveira, em Ibatiba, no sul do Espirito Santo.
Mariana Lima, psicóloga e graduanda em Neuropsicologia, avalia que a violência extrema está ligada a demora na intervenção inicial do Bullying. “Junto a isso, temos modelos de agressividade nas redes sociais, na televisão e, às vezes, até em casa. Tudo isso colabora para a normalização de violência”, disse.
Há comportamentos que podem ajudar a família a identificar os primeiros sinais de Bullying. Em geral, choros, comportamento agressivo, isolamento, mudanças de hábito de sono ou a própria alimentação, dor de cabeça e até mesmo recusa para ir à escola são motivos de alerta. “É importante lembrar que esses sintomas podem não aparecer de imediato. Então, é preciso estar sempre atento aos pequenos sinais”, revela a psicóloga.
Para Mariana a escola desempenha um papel fundamental na prevenção de casos de violência. “Capacitar os educadores para reconhecer e combater o Bullying logo no início, promover campanhas de prevenção nas escolas, estimular ações de cooperação são ferramentas valiosas contra o Bullying. Mas, sem dúvida, o caminho mais eficaz é a Educação fomentando desenvolver virtudes e bons hábitos. Dessa forma todas as crianças podem cultivar o respeito e também a força para lidar melhor com as frustrações e limites com a própria agressividade”, completa Mariana.
O diretor-geral da Escola Monte Alvo, Juliano Campana reforça que o combate ao Bullying deve ser uma responsabilidade compartilhada entre a família e a escola. “Nós, como educadores, temos a tarefa de criar um ambiente acolhedor, onde cada aluno se sinta respeitado e valorizado. Na Monte Alvo, trabalhamos com a conscientização desde cedo, promovendo atividades que incentivam o respeito às diferenças e o diálogo entre os estudantes”, afirma.